" O que adianta ao homem ganhar o mundo todo e acabar perdendo a sua vida" Jesus Cristo
Parece que existe aí uma desafiadora questão, que por maior que seja a nossa aplicação, essa equação não fecha, ou seja: se ganha muito, mas se perde o essencial.
Aliás, me parece que é exatamente isso a que o Mestre Santo alude: a eterna tensão entre desejo e necessidade; contingente e essencial; estético e ético.
Lembro-me de um sábado, há mais de quinze anos- meus filhos tinham, acho que 9 e 10 anos - acordaram com a corda toda me pressionando para sairmos, e eu estava absolutamente duro, mas decidi aquiescer.
Fomos, os três, de metrô até a Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, e lá pegamos o bondinho e subimos para dentro do belíssimo bairro de Santa Tereza, e por volta da hora do almoço começaram a me pressionar para irmos ao restaurante. Mas, como lhes disse, eu estava muito duro.
Tive a coragem, provocada pela fome, associada à falta de grana; para comprar duas bisnagas, mortadela fatiada, uma garrafa de guaraná, da Antartica!
Sentamos na calçada, forramos o chão com papel de pão, e comemos ali mesmo, eles recheados de felicidade, diante do inusitado, e, eu, enrubescido de vergonha.
Os anos passaram e tamanha foi minha emoção, quando um deles me surpreendeu narrando suas lembranças de infância, ao que ressaltou que aquele dia foi um dos momentos inesquecíveis de sua brilhante e tenra vida.
Jesus nos estimula a descobrir simplicidade em meio à complexidade de nossa agenda; poesia em meio a desafinada canção da competição selvagem da cidade que embrutece o coração; relacionamento, em meio a desconfiança que aprisiona a alma como uma fria e escravizadora armadura.
O Santo Mestre sabe que, o que lhe espera será pedreira, mas descobre tempo para ir à festas, visitar amigos e contar muitas histórias. Mesmo Ele, que tinha a maior ocupação que alguém teve sobre os ombros: Salvar a humanidade!
Tenha um dia tranquilo e desfrute de sua Graça.
