"Adão onde estás... " Gênises
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Sendo quem somos, olhamos sem ver.
Humanos, aspirantes divinos, sonhamos em ter o controle.
Olhos frágeis, ouvidos ainda mais, alimentados pelo sentir.
Filhos de pais errantes, lamentável herança.
Tomados de orgulho infantil, fingimos sobriedade e autonomia
Como crianças nos destraimos nos desfrutes temporais.
Somos originários do jardim, e exaltamos as flores, pássaros e os rios.
Pulsa em nós desejo pelo belo e o prazer, frutos dos dedos Dele.
Sombras, frio, solidão, são coadjuvantes indesejáveis.
Corremos sem saber para onde, nem mesmo onde chegar.
Alma, jardim, enganos, poder, ingenuidade, gravitam em torno do self.
Singularidade? Apenas a tinta! Todos pintamos o mesmo quadro.
Aos que admitem seu ópio, há acolhimento e alimento que faz viver.
Ele é simples, despretencioso como todo rei de verdade.
Tudo é gratuito, ainda que precisante somos.
Ele sorri com face de bem vindos, e fala sem palavras.
Acabou! Voltamos para casa, de onde nunca deveríamos ter saído.
